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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Dhammapada, Capítulo VI - Do Sábio

Por Marcelo Prati (Renji)

O Dhammapada é uma antologia de ditos ou máximas em versos que se referem principalmente aos ensinamentos éticos e morais do Budismo. As 423 estrofes são divididas em 26 capítulos ou seções, de acordo com o tipo de estrofe ou assunto.


Dhammapada, capítulo VI - Do Sábio

76. Fosse alguém ver um homem inteligente que lhe aponta o que deve ser evitado como se desvendasse um oculto tesouro,
E lhe repreende as falhas, que ele cultive amizade com este sábio - tal cultivar de amizade é-lhe para melhor e não para pior.

77. Que ele (o sábio) exorte, instrua e demova (os outros) do que é impróprio;
Deveras do bom ele se torna querido, pelo maléfico ele é detestado.

78. Não te associes às más companhias, não te associes  aos vis homens;
Associa-te aos virtuosos amigos, associa-te aos melhores entre os homens.


79. Aquele que se embebe no Dharma vive na felicidade com a mente serena;
No Dharma pregado pelos nobres o sábio incessantemente se deleita.

80. Os construtores de canais conduzem a água,
Os fazedores de flechas endireitam a haste,
Os carpinteiros trabalham a madeira;
Os sábios domam a si mesmos.

81. Assim como uma sólida rocha não é sacudida pelo vento,
Assim não são os sábios movidos pela censura ou elogio.

82. Tal qual um lago, profundo, límpido e calmo,
Assim tornam-se os sábios serenos ao ouvir os Ensinamentos.

83. Em qualquer circunstância as boas pessoas resignam-se; os bons homens não parolam tomados de prazeres sensuais;
Tocados quer pela felicidade, quer pela dor, os sábios não demonstram qualquer alteração.

84. Nem para si mesmo nem para outro deveria um homem desejar filho, ou riqueza, ou reinado;
Por meios vis não deveria desejar sucesso para si próprio; então seria ele justo, sábio e virtuoso.

85. Poucos são entre os homens os que vão à outra margem;
O restante da humanidade apenas vai e vem ao longo desta margem.

86. Mas aqueles que seguem o Dharma após este ter sido bem exposto,
Estes homens alcançarão a outra margem passando  o reino da morte, tão difícil de cruzar.

87/ Abandonando o estado de escuridão, que o sábio
88. cultive a clareza:
Tendo ido da vida de casa a sem-casa, em solidão, onde o gozo é ausente,
Que nela deliciar-se ele anseie. Renunciando à luxúria, possuindo nada,
Que o sábio purifique a si mesmo das impurezas do coração.

89. Aqueles cujas mentes estão perfeitamente desenvolvidas nos constituintes de Iluminação,
Que não se ligando ao mundo regozijam-se em terem do apego se libertado,
Cujos cancros estão destruídos, resplendentes em sabedoria - eles emanciparam-se de todo laço terreno neste mundo.

Fonte: Cohen, Nissim (trad.). Dhammapada: a senda da virtude. São Paulo: Ed. Palas Athena, 2004.

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